Em algum lugar do reino, uma caravana de escravos ilegais está fazendo uma travessia perigosa por uma estrada não mapeada para não serem encontrados. Entre os escravos há um homem. Um homem de traços incomuns e com uma história desconhecida, mas que está prestes a começar a redescobrir as suas origens...
Está escuro...
.........................está quieto...
.........está vazio...
Uma luz...!
Uma luz começa a acender e uma imagem faz aparecer vagarosamente...
Ele volta a ter consciência... Ele olha à sua volta, mas sua visão ainda não está perfeita... ele sente fome, ele sente sede... ele sente... dor...
- voz?:: Levante-se, escravo! - ele ouve - levante-se ou será arrastado!
Ele tenta se levantar. Está difícil. Ele nota que suas mãos estão presas por correntes fixadas a uma carroça. Então ele percebe... ele é um escravo... um escravo sem memórias... apenas um nome ecoa em sua mente... Sharamam.....
- Carrasco:: Ande!!
[o carrasco dá-lhe uma chibatada!!]
- Sharamam:: Arrrgh..!!
O chicote é vil e não perdoa a carne de Sharamam, ferindo-o e banhando-se em seu sangue... a dor.... a dor o faz despertar... enxergar... Agora ele consegue ver claramente... e sabe que ele não pertence aquele lugar... ele sente a raiva de ser inferiorizado àquela situação... a fúria toma conta...!!!
- Sharamam:: RRRRAAAAAARRRRRGGHHH!!!!!!!!!!!!!!- Carrasco:: Ele está enlouquecendo de novo!!!
Sharaman puxa as correntes enferrujadas e quebra a presilha de madeira que o prende na carroça!
- Carrasco:: Guardas!
MATEM ELE!!Dois guardas sacam suas armas, um com uma maça e o outro com uma machadinha, e à cavalo vêm o carrasco, com seu chicote de elos de ferro, um objeto de tortura terrível. Sharaman evita os golpes dos guardas ao chão, mas o carrasco é implacável e acerta seu chicote nas costas dele. Sharamam dá um grito de dor misturado com sua fúria e direciona tudo ao primeiro guarda que vê, utilizando as correntes ainda presas em seus pulsos para acertá-lo com um golpe brutal. O guarda vai ao chão fácilmente. O mestre da caravana vendo aquela cena sai em disparada, não se importando com os escravos e os arrastando junto. O outro guarda acerta Sharamam, mas não o faz recuar, apenas aumenta a sua raiva. O carrasco volta, Sharamam se abaixa e evita o golpe de seu chicote. Sharamam vai ao chão e agarra a maça do guarda caído, e a brande contra a cabeça do outro guarda, amassando o elmo e o derrubando de imediato. O carrasco, com muita raiva e já ficando frustrado com a situação, parte para cima de Sharamam para atropelá-lo com o cavalo. Sharamam olha nos olhos no carrasco, o carrasco vai em disparada para cima dele... Sharamam estuda seu inimigo, e com um tempo de reação preciso, ele desvia no último momento, lançando as correntes contra o carrasco e agarrando-lhe pelo pescoço, e em seguida arrancando-lhe de cima do cavalo com uma puxada violenta!!! O carrasco agonizante fica ali, se contorcendo ao chão, asfixiado pelas correntes fortemente enroladas em seu pescoço. Sharamam se liberta de suas correntes e vai até ele, olha seu rosto patético, não tão imponente agora, e fica encarando-o por um momento. "Não é mais uma ameaça", pensa ele. Logo ele se vira e o deixa ali...
- Citação :
- Uma sequência de combate muito boa para um início de mesa. Ótima interpretação do Raziel2807.
Sharamam começa a se acalmar, o sangue esfria e uma confusão toma conta dele... ele sai da estrada e entra na floresta, esperando encontrar um porto seguro, um lugar onde possa descançar e entender o que está se passando...
- Sharamam:: O que está acontecendo? [pensa ele] Onde estou? Quem sou eu? Quem... o que.....?...
Sharamam cai exausto no meio da floresta...
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Enquanto isso...***********************************************************************
Em algum do Caminho do Rei, uma caravana de mercadores rumando para a capital vê-se impedida de chegar ao seu destino devido a um bloqueio em todas as rotas que levam a ela. Eles então mudam a sua rota para as outras cidades costeiras, [x] e Dmitrov.
Pegando uma rota pouco utilizada, eles passam por um pedaço da floresta mais densa. Entre os mercadores, há um homem, mas não é apenas um homem, ele é algo diferente, alguém que as pessoas evitam devido a sua óbvia descendência. Não um homem... um tiefling, um ser manchado pelo sangue das criaturas do inferno obscuro do Deus maligno, Toldoloth. Seu nome é Kaumi.
Embora normalmente rejeitado e temido por sua descendência, o Mestre de Caravana o acolheu e o toma como ajudante nas vendas. Embora sua aparência afugentasse mais as pessoas do que um mercador gostaria, ele o servia como ajudante na hora de determinar preços, locais de venda, etc. Fizeram negócios muito bons durante um tempo e decidiram partir para a capital, deixando o forte do Rei e a vida de rejeição para trás.
Ao longo do caminho, a caravana, constituída por quatro grandes carroças, puxas por 2 dis cavalos cada, exceto a do Mestre de Carvana, que era puxada por quatro devido ao grande peso que carregava, para subtamente.
- Guia da Caravana:: Guardas! Venham aqui para frente!
Os guardas ouvem o chamado e pulam de seus cavalos, outros das carroças, e vão para a frente das caravanas. Kaumi, que se encontra na terceira carroça, ouve o tumulto e tenta observar o que está acontecendo. Ele não consegue ver muito bem, então ele pula da carroça e se aproxima para ver o motivo daquilo tudo. Quando ele chega perto dos guardas, sempre vestindo o seu mando para evitar alarde, ele ouve os ouve comentando...
- Guarda A:: O que aconteceu aqui?
- Guarda C:: Isso aqui não deveria ser um posto da guarda??
- Guarda B:: Quem será que foi o responsável por essa calamidade...?
Os três guardas e Kaumi, que estão a frente da caravana, vêem uma cena horrível. Vários corpos pútrefos ao chão, perto do posto da Guarda do Reino que se encontrava destruída, e em meio aos corpos em decomposição, pode-se distinguir pelas vestimentas, dois guardas da patrulha.
- Guarda A:: Isso é horrível...! O que poderia ter feito tudo isso?
- Guarda B:: Não sei, mas acho que já deve ter partido, os corpos estão aqui a muito tempo.
- Kaumi:: Alguns parecem estar aqui tempo demais...
- Citação :
- A partir deste ponto até a chegada de Kaumi em Dmitrov, eu devo estar esquecendo de alguns detalhes
, mas de acordo que eu lembrar deles, atualizo esta parte da história.
Kaumi nota que tirando os corpos dos dois guardas, os outros parecem estar mortos à meses, e os guardas a dias. Algo está errado...
Dois guardas tomam a dianteira para verificar mais à frente.
Kaumi nota que alguém se aproxima, não muito longe dos guardas que estão mais a frente. Parece ferido. Os guardas notam logo em seguida o indivíduo vindo na direção deles, mas eles não avançam... eles dão alguns passos atrás, como se aquilo os assustasse. Quando o indivíduo se aproxima, Kaumi consegue ver mais claramente o indivíduo que se aproxima e o por que dos guardas se afastarem. A carne pútrefa envolta em roupas velhas e rasgadas do que um dia ja fora um ser vivo, agora um zumbi. Quando ele se aproxima, os outros começam a se levantar.
Os guardas, um tanto chocados com a cena, não se deixam abalar.
- Guarda B:: VOLTEM COM AS CARAVANAS PARA UMA DISTÂNCIA SEGURA!!
- Guarda A:: VAMOS LIMPAR O CAMINHO!!
RRRAARRGGH!!Os três guardas da caravana começam a atacar os zumbis. Kaumi, quando nota que ali irá se iniciar um combate, volta sorrateiramente para a carroça em que estava, pega seu arco e flecha, desce sem ser notado e vai escondido por dentro do mato para atacar os zumbis mais precisamente.
Ele se posiciona entre as árvores e dispara suas flechas contra os zumbis. Os guardas atacam ferozmente as criaturas com suas armas em punho. Kaumi tenta acertar um dos mais próximos, mas sua mira falha e ele acerta um dos guardas! Ele grita com a dor e se vira para confrontar seu agressor, mas Kaumi está tão bem escondido que ele não consegue vê-lo, então ele se volta contra os zumbis. O mais afastado é derrubado pelos dois guardas que estavam mais a frente com um golpe certeiro. Mas ainda têm três deles, e dois estão atacando o guarda mais perto das caravanas. Eles o ferem o rosto, mas ele continua a atacar sem descanso. Kaumi continuar a atirar suas flechas de seu esconderijo, quando sua mira lhe trái mais uma vez, errando o tiro em seu alvo e acertando mais uma vez no guarda.
- Guarda C:: Estamos sendo atacados por arqueiros!! Achem esses desgraçados!!
- Citação :
- Fala sério! Vai ser azarado no dado assim lá na China!! DOIS erros CRÍTICOS e quase matou o que mais estava batendo!
Mesmo assim eles não encontram Kaumi, que está decepcionado com a sua má sorte com o arco.
Eles acabam com os zumbis fácilmente, mas não saem ilesos, exceto por Kaumi, que volta sorrateiramente para a sua carroça, adentra-a sem fazer sequer um som, esconde seu arco e fica ali sentado, como se sequer tivesse saído dali.
- Cocheiro:: AH! Senhor Kaumi... não tinha saído da carroça?
- Kaumi:: Não... estive aqui o tempo todo.
- Cocheiro:: Eu hein...! Acho que estou imaginando coisas...
- Kaumi:: Talvez. Vou ver o que está acontecendo. Parece que o conflito a frente cessou.
Kaumi sái da carroça e vai em direção ao posto e logo nota os guardas voltando e observando em volta, como se estivessem procurando algo.
- Guarda B:: Deve ter fugido...
- Guarda C:: Não sei...
ugh!....!
- Guarda B:: Consegue se aguentar..?
- Guarda C:: Sim... está tudo bem... Só arranhões superficiais. Você! Vai checar as caravanas, veja se estão todos bem e se os guardas de segurança notaram algo mais nas proximidades.
- Guarda A:: Sim, senhor!
[o guarda segue para verificar as caravanas]
- Kaumi:: O que aconteceu?
- Guarda B:: Aonde o senhor foi? Desapareceu assim que aqueles zumbis se levantaram...
- Kaumi:: Voltei para a caravana... segurança em primeiro lugar.
- Guarda C:: Melhor voltar, não sabemos se eles levantarão novamente.
- Kaumi:: Tudo bem, só quero ver o que há na Casa de Guarda.
- Guarda B:: Vamos juntos então, por segurança.
- Kaumi:: De acordo.
Kaumi e os dois guardas adentram a casa de guarda e logo vêem o corpo do líder daquele posto ao chão, decapitado. Kaumi estuda o local e retira todos os valores do corpo ao chão, afinal, o guarda não precisará mais deles.
- Citação :
- Ganância é fogo. Ladino nem sempre é aproveitador, Alexander..
Eles estudam um pouco mais o cenário e voltam para a caravana. Vendo que a rota agora está segura, eles prosseguem a viajem.
Um dia de viajem depois, eles chega a cidade portuária de [não lembro o nome]. A cidade está quieta. Poucos residentes andam nas ruas. O clima está bem frio. Um fina névoa dificulta um pouco a visão, mas nada que atrapalhe muito. Parece que a cidade está muito parada, e não está esperando mercadores e nem navios de carga, uma cidade muito fraca para uma caravana mercadora.
- Citação :
- Por que ninguém desconfia da "canção que o silêncio toca"?
O dia se segue tranquilo. Eles se alojam em uma estalajem comum para passar a noite e partir no dia seguinte para a cidade vizinha, Dmitrov, com esperanças de não perder esta longa viajem.
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E na floresta nos arredores de Dmitrov...***********************************************************************
...
.....
......?
- voz?:: ... humm... uhumm... haaramm-badumm..
Sharamam desperta lentamente. Ao abrir os olhos, vê as árvores se movendo, mas quando desperta, percebe que quem está se movendo é ele. Ele observa o seu redor e vê que ele está em cima de uma charrete, guiada por um anão. O anão vira para Sharamam:
- Anão:: Oh... você acordou. Se sente bem?
- Sharamam:: Quem é você? Para onde está me levando?
- Anão:: Acalme-se, meu jovem. Encontrei você caído perto da trilha. Vi que estava ferido e o coloquei aqui na minha charrete e tratei de seus ferimentos.
- Sharamam:: Obrigado, mas... por que está fazendo isso por mim?
- Anão:: Ora... porque iria deixar uma pessoa jogada daquele jeito para morrer? Elyshar ficaria muito zangado comigo. Hi.. hi.. hi...
- Sharamam:: ahm... muito obrigado, senhor...?
- Grim:: Me chame de Grim, do clã Bluerock. E o senhor se chama...?
- Sharamam:: Sharamam.... e que cheiro é esse?
- Grim:: Hi.. hi.. deve ser o peixe. Vendo eles na cidade. Bom, senhor Sharamam, diga-me, fugiu já faz tempo?
- Sharamam:: Como assim?
- Grim:: Você têm marca de escravo no seu braço
[ele aponta]. É melhor tomar cuidado. Escravos e escravizadores não são muito bem vistos por estas terras. É uma prática proibida.
[Sharamam olha o seu braço esquerdo]- Sharamam:: Têm algum pano para que eu possa cobrir isso?
- Grim:: Deve ter um por aí, mas não acho que vá adiantar.
- Sharamam:: Por quê?
- Grim:: Veja por si mesmo.
Sharamam procura pela charrete e encontra um pedaço de pano. Ele o envolve em seu braço, tampando a marca, mas ao fazer isso, a marca começa a se sobressair no pano de forma bem sutil, mas perceptível a olhos atentos.
- Grim:: Essas marcas são mágicas. Somente seu "mestre" ou os governantes podem retirar isso e te dar a liberdade de volta. Talvez o governante de Dmitrov possa ajudá-lo.
- Sharamam:: Ele faria isso?
- Grim:: Sim, mas deverá pedir os seus serviços antes que o faça.
- Sharamam:: Entendo. Hummm... sinto fome.
- Grim:: Não se preocupe, não estamos muito longe. Vamos comer quando chegarmos em minha casa. Minha esposa vai ficar feliz em ver visitas para o jantar.
Os dois vão conversando descontraidamente no caminho. Grim vai contando suas estórias de pescador para Sharamam, que fica escutando o velho anão tagarelando sem parar. Sharamam se sente um pouco seguro, mas ainda está cheio de dúvidas... e sem lembranças. Parece que a única coisa a fazer no momento é se livrar daquela marca maldita em seu braço...
Assunto: Capitulo 1: O Mercador e o Escravo 
Dom 12 Ago 2007, 14:50
